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TESTEMUNHOS

De ateu a evangelizador… e a monge beneditino apenas 15 meses depois de se baptizar!

Um evangélico e uma experiência mística mudaram a vida do hoje Pe. Boniface Hicks

 

P.J.Ginés/ReL

13 Agosto de 2020

 

“Apesar de não nos conhecermos e sei que não és cristão, que te parece se no encontrarmos tu e eu, cada semana, durante uns meses para ler e estudar a Bíblia?” Este tipo de evangelização, visto a partir de ambientes católicos, parece condenado ao fracasso. Quem é  não crente –ou também crente- aceita um encontro semanal com um cristão, que não conhece, para “estudar” a Bíblia?

Mas a realidade é que, especialmente em idades jovens e em ambientes estudantis, há quem aceite, e assim há pessoas que descobrem Jesus. É o caso de quem hoje é o popular sacerdote beneditino norte-americano Boniface Hicks, que na sua juventude era ateu.

De família não religiosa, considera-se ateu

“Cresci numa família cheia de amor e muito moral, mas sem nenhuma prática religiosa. As influências da educação pública e a sociedade levaram-me a uma postura de ateu científico, afortunadamente não muito fortalecida”, escreve no seu testemunho na sua página em inglês Father Boniface.org. No instituto via colegas de ambientes católicos que iam à missa com regularidade e tinham magníficas notas em ciências, pelo que admitia que a fé e a inteligência não pareciam excluir-se. Ele, que não era baptizado, não se sentia atraído pelo assunto.

Então, já na universidade, aproximou-se dele um homem de um movimento evangelizador protestante centrado num método: convidar a estudar a Bíblia juntos, um com o outro. “Era um absoluto estranho para mim, e sejamos honestos, interessava-me pouco, mas depois de uma longa introdução, perguntou-me se queria reunir-me com ele para estudar juntos a Bíblia, e aceitei. Era um verdadeiro crente, um testemunho humilde e autêntico da sua relação com Deus, e isso ultrapassou as minhas defesas”.

Reuniram-se durante nove meses, analisaram o livro do Génesis, especialmente a história de Abraão. Depois avançaram para o prólogo do Evangelho de S. João: “No princípio, a Palavra fez-se carne….” E explica que depois de ler o prefácio do Evangelho de S. João, tornei-me cristão, acreditei que Deus era real e a Bíblia era verdade, e comecei a ir à missa aos Domingos.

Estudo bíblico e oração quase diária

Ia à missa, mas não podia comungar. E com o seu amigo protestante agora ficava quase diariamente para estudar a Bíblia. “A minha vida transformava-se com a Palavra, que trazia uma paz profunda ao meu coração”, recorda. Cada sessão consistia em ler uma passagem breve, pensar cada um durante alguns minutos acerca do texto, escrever as ideias que surgiam e de seguida rele-las um ao outro. A sessão terminava com os dois a rezar espontaneamente em voz alta. Foram seis meses durante os quais aprendeu muito e cresceu espiritualmente.

Queria fazer vida de libertino na Alemanha

Como estudante de informática e alemão, inscreveu-se para uma viagem de estudo à Alemanha. Pensou colocar o seu fervor cristão entre parêntesis por alguns meses, deixar crescer o cabelo, vida de libertino no estrangeiro, aproveitar para beber álcool legalmente… Mas o seu mestre protestante animou-o a inscrever-se como missionário com a comunidade do seu movimento na Alemanha. Foram busca-lo ao aeroporto, cuidaram dele, alojaram-no em sua casa, mostraram-lhe a cidade… e de seguida levaram-no à sua igreja  para que desse testemunho da sua conversão em alemão. E agradou-lhe tudo isso. Abandonou os seus planos de vida mundana estudantil.

Uma experiência mística

Na Alemanha, pela primeira vez na sua vida, encontrou-se ultrapassado pelos estudos. Essa matemáticas e informática de alto nível em alemão sufocavam-no. Nunca lhe tinha acontecido tal. E pela primeira vez na sua vida, rezou seriamente a Deus sentindo a sua debilidade. E Deus respondeu passado alguns dias com uma experiência mística que o marcou para sempre.

“Algo sucedeu numa manhã durante o meu tempo de oração. De repente senti que Ele estava perto de mim. Senti paz e uma Presença e o resto do mundo tornou-se distante. Dei-me conta de que poderia falar-lhe e também escutá-lo no meu coração. Os pensamentos que me vinham à mente eram de uma qualidade estranhamente diferente, porque emergiam de um interior silencioso que era tangivelmente diferente da minha experiência normal. Senti um amor profundo e confiança. Senti-me desafiado quando lhe perguntei se havia algo na minha vida que era necessário mudar. Já, então, sabia que lhe podia dizer que por mim próprio não podia mudar, que necessitava da sua ajuda. Depois dessa experiência comecei a consultar Deus, inclusive sobre as coisas mais irrelevantes: que caminho tomar para ir às aulas, que carne comprar para o jantar…”

O mais importante foi ver que ter uma relação pessoal com Deus era assombroso e maravilhoso, e espontaneamente pensou que valia a pena dedicar toda a sua vida a partilhar isso com os outros, a ajudar a que os outros tivessem acesso a Deus. Isso marcou toda a sua vida e vocação.

Escolher: protestante ou católico

De regresso aos Estados Unidos, os estudos do seu último ano de curso e alguns erros morais, diminuíram o seu fervor. Mas sabia que necessitava, pelo menos de se baptizar. Por isso inscreveu-se no curos católico de preparação para o Baptismo e era assíduo à missa dominical. Ao mesmo tempo ia às actividades do seu movimento protestante. Era uma dupla via que, já quase a baptizar-se não podia continuar. O seu mestre protestante disse-lhe que tinha de escolher: ou comprometer-se em servir a Deus na igreja católica, ou fazê-lo no seu movimento bíblico protestante.

Ele rezou diante do Sacrário de uma capela católica para pedir ajuda a Deus. Viu que a lamparina junto ao Sacrário parecia brilhar ligeiramente mais e sentiu uma mensagem de Deus no seu interior: “Quero que avives a chama da minha igreja”. Descobriu que depois de dois anos de ir à missa sem estar baptizado e sem poder comungar, tinha fome dos sacramentos. Era Quinta-feira Santa e decidiu servir a Deus na Igreja Católica. No Domingo de Páscoa foi baptizado e pôde comungar.

Discernindo a vocação

Passada a Semana Santa, um sacerdote beneditino que era capelão do campus universitário, convidou-o e a outros jovens para um retiro na Abadia beneditina de S. Vicente, na Pensilvânia, o primeiro mosteiro beneditino dos Estados Unidos e dos maiores.

Ele não sabia nada de monges; apenas o que recordava dos filmes e de anedotas (pensava nos Cavaleiros da mesa redonda, nos  Monty Python). Na sua cela de hóspede, leu a Regra Breve de São Bento e pareceu-lhe opressora, inumana e absurda. Pensou em escapar-se enquanto podia. Mas encontrou um monge com uma t-shirt em alemão e dispôs-se a falar com ele. À medida que explicava como Deus lhe o tinha conduzido à fé e ao Baptismo, o jovem emocionava-se e chorava e dava-se conta de que Deus o acompanhava.

Quando, depois de alguns dias, deixou o mosteiro, já o considerava um lugar de paz e de sabedoria. Inclusive, disse ao seu director espiritual que queria fazer-se monge, mas só tinha uma semana de baptizado e ninguém o permitiu. Ele sabia que queria partilhar o “contactar Deus”, o “evangelizar”. Não podia Deus dar-lhe um sinal a confirmar essa vocação?

Sentiu-a em Paris, ma Jornada Mundial da Juventude de 1997. Alí, numa adoração eucarística, ajoelhado em silêncio, leu nos Evangelhos o chamamento dos discípulos por parte de Jesus. Sentiu-se inspirado a perguntar a Deus o que queria dele? “Senhor, que fazer o que quiseres que faça. Queres que seja sacerdote? Tudo ficou em perfeito silêncio no meu interior, uma grande quietude de paz, e creio que o ouvi dizer: “Sim”. Isso encheu-me de grande alegria que permaneceu em mim durante todo o dia, e a intensidade e a concretização dessa recordação permaneceu muito mais”.

 

Franciscano ou Beneditino?

Mas ele sentia desejo de evangelizar, de chegar às pessoas e não sabia como evangelizavam os Beneditinos, que são monges e fazem vida de comunidade nos seus mosteiros. Recomendaram-lhe que visitasse os Franciscanos da Renovação, também conhecidos por “Franciscanos de Bronx”. Visitou-os e esteve com eles vários dias. Com as suas cabeças rapadas e barbas, com ar mendicante, sorrisos, radicalidade em jejuns, vida na rua, trabalho valente com os pobres em bairros perigosos, evangelização de rua. Deles aprendeu, insiste, muitas coisas sobre fé e evangelização que ainda o orientam hoje.

Mas, voltando à Abadia Beneditina, consultou de novo Deus na oração. Houve uma cerimónia em que os postulantes recebiam os seus hábitos. E ele era capaz de se imaginar a si mesmo com o hábito negro de Beneditino, mas não com o cinzento de Franciscano da Renovação. Num acto de humildade consultou Deus: “se queres que vá para S. Vicente, irei para S. Vicente”, rezou. “Nesse momento inundou-me a paz e toda a tensão desapareceu. Isso comunicou-me uma mensagem clara.

Monge, sacerdote, evangelizador

Entrou no mosteiro no dia 1 de Julho de 1998, apenas quinze meses depois do seu Baptismo, algo insólito que os monges aceitaram depois de muita reflexão. Tomou o nome de Boniface  em referência a São Bonifácio, o evangelizador do norte da Alemanha na Idade Média. Foi ordenado sacerdote em 2004. Aprendeu a evangelizar, como outros monges, através de retiros e encontros, com direcção espiritual, com seminários de formação para ensinar a rezar, para ensinar a Palavra, para acolher peregrinos que sempre deve haver nos mosteiros beneditinos.

A partir da sua web FatherBoniface.org e as redes sociais hoje, confirma que se cumpriu o seu desejo: ajudar muitos a aproximarem-se do Deus vivo.

 

Traduzido de Religión y Libertad por Pe. Alfredo Juvandes

                  

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