Peregrinação a Fátima a pé

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Com a chegada do mês de maio, naturalmente direcionamos (ainda mais) o nosso olhar e coração de forma muito especial para Maria, Mãe de Deus, recordando a mensagem de esperança que há 101 anos atrás nos veio deixar em Fátima, através de três humildes pastorinhos.

Neste mês, todos os caminhos vão mesmo dar a Fátima, com a presença de milhares de fieis vindos de vários locais do país (e do mundo), que se unem em peregrinação, no objetivo comum do (re)encontro com a Virgem Mãe. Neste contexto, pela 3.ª vez, as paróquias de Alhandra e S. João dos Montes uniram-se a esta grande manifestação de Fé, onde Deus Pai vem até nós, manifestando-se através do Amor da Mãe!

O grupo de 23 peregrinos reuniu-se pelas 7h00 do passado dia 09, no largo da Igreja Paroquial de Alhandra, para uma oração de envio dos peregrinos, orientada pelo Sr. Padre Alfredo, após a qual o grupo se dirigiu ao passeio ribeirinho de Alhandra, iniciando assim a sua caminhada pela tranquilidade e beleza natural dos Caminhos do Tejo: Alhandra/Azambuja/Valada no primeiro dia, Valada/Santarém/Advagar no segundo, Advagar/Malhou/Minde no terceiro e no último dia, partida de Minde em direção a Fátima.

Ao longo do percurso, juntaram-se outros peregrinos a quem não tinha sido possível partir logo no dia 09, mas que não quiseram deixar de nos acompanhar, o que aumentou para 27 o número de caminhantes até Maria.

Entre muitos mais momentos inesquecíveis, fica registada a celebração da Eucaristia em Valada, no final do 1º dia, presidida pelo nosso Pároco, que se juntou a nós e em ambiente de união, proximidade e amizade, permitiu uma partilha orante da Palavra de Deus e um redobrar das forças para o resto do caminho.

Com o aproximar do final da peregrinação, foi feita uma paragem (já habitual) na Igreja do Covão do Coelho, momento marcante que, com a evocação do Espirito Santo de Deus, se transformou numa profunda oração de agradecimento à Mãe, com os peregrinos unidos e ajoelhados aos pés de seu Filho, Jesus Cristo, presente no Sacrário.

A chegada a Fátima foi marcada por um misto de emoções onde cada passo, cada sorriso, cada palavra, cada abraço, cada oração rezada ao longo da caminhada, ganharam ainda mais sentido para todos e cada um de nós, peregrinos, agradecendo e entregando a Maria, todos os momentos de “partilha, amor, paciência, alegria, perseverança e entrega, nesta que foi uma jornada curta em tempo, mas grandiosa no seu significado”.

“A energia e a união que senti(mos) no santuário, transbordaram os sentimentos partilhados por todos nós em cada quilómetro percorrido”, em que “caminhámos juntos, ávidos pelo encontro com a nossa Mãe”.

O cansaço físico, as dores nas pernas e nos pés, não tornaram o caminho fácil, mas também não é previsível que uma peregrinação, caminhada de dias ou mesmo da própria vida, seja sempre fácil, e “mesmo que passemos por momentos difíceis, podemos experimentar a alegria maravilhosa de Deus…”.

“Foram dias muito especiais” e “muito intensos, mas que todos concordamos que valeram a pena”. Partilhámos “momentos únicos, de verdadeira família, que é de facto, o que somos.” E juntos caminhando unidos no amor de Deus, desapegamo-nos do que é acessório e “aprendemos a valorizar um pouco mais as coisas que às vezes nos esquecemos de valorizar!”.

Importa destacar que as frases aqui escritas entre aspas, são palavras referidas (umas escritas outras apenas verbalmente) pelos peregrinos nesta caminhada até à Mãe Santíssima e que, sendo sentimentos comuns a cada um de nós, fazem todo o sentido ser partilhadas com todos vós.

Ficando muito por partilhar, é essencial agradecer a todos os que, uma vez mais, tornaram possível esta aventura peregrina, e contribuíram para que tenhamos conseguido chegar à Mãe, mais fortes e unidos no amor de Cristo.

Um agradecer particular ao nosso Pároco e também de modo muito especial a quem de forma incansável, organizou cada detalhe e pormenor da peregrinação; a quem sempre nos acompanhou e auxiliou nos carros de apoio; a quem, com dedicação voluntária, tratou dos nossos pés doridos, suavizando o caminhar; todos os que, na impossibilidade de peregrinarem connosco a pé, se foram juntando a nós, em vários momentos da caminhada, nos ajudaram (e mimaram!), com a sua presença e solidariedade; a quem nos acolheu nos locais onde fizemos as refeições e onde pernoitámos. Por último, agradecer o exemplo de força, coragem, persistência e empenho, a quem, peregrina como nós, muitas vezes catequizando, conseguiu uma vez mais, através da sua própria Fé, guiar-nos na oração, permitindo-nos crescer no Amor de Deus, presente em cada passo.

Em jeito de despedida, ficam as palavras de alguém que partilhou desta peregrinação, e que revela o que julgo ser um sentimento comum a todos nós peregrinos, “…que o manto de Nossa Senhora nos cubra com a sua divina proteção e que as suas bênçãos sejam uma constante sobre as nossas vidas”.

Vitória Simões

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