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Vinícius, a jovem estrela do Real Madrid, orgulhosa da sua fé católica: «Deus é tudo para mim».

O futebolista de apenas vinte anos surpreende pelo seu carácter familiar e pelo respeito ao seu pai

 

P.J.Ginés/ReL

9 de Setembro de 2020

 

Vinícius Jr. é, aos seus vinte anos já feitos, uma das grandes esperanças do Real Madrid para a nova temporada, a começar. O extremo brasileiro que custou 45 milhões de euros já mostrou algo da sua qualidade, mas também rompeu com muitos estereótipos ao ser uma pessoa que sempre está bem disposta e discreta, familiar, de declarada fé católica.

Nascido em S. Gonçalo, uma das favelas mais pobres e perigosas do Rio de Janeiro, seus pais fizeram um grande esforço para sair dessa zona para que ele pudesse também jogar futebol. Por isso, não esquece nem as suas origens humildes, nem a importância da família, instituição fundamental para ele.

 

O papel da família num exemplo

De facto, uma das grandes histórias protagonizadas pelo atacante do Real Madrid deu-se numa entrevista depois de um jogo em que marcou o seu primeiro golo na Champions League. Interrogado sobre se faria uma tatuagem para assinalar esse momento tão especial, respondeu com total naturalidade: “Tenho de falar com o meu pai para ver se me autoriza”. Uma resposta não habitual neste meio que deixou os jornalistas boquiabertos.

Longe dos escândalos que protagonizam outros futebolistas jovens que chegam à elite do futebol, no Real Madrid estão muito contentes com a atitude e a vida privada de Vinícius. Actualmente vive em Madrid com os seus pais, os seus três irmãos, sobrinha e tio.

De facto, não tem grande interesse por carros topo de gama porque não conduz. Inclusive, alguns dos seus companheiros que vivem na mesma zona de Madrid, levaram-no à boleia para os treinos em muitas ocasiões. Sérgio Ramos, Marcelo, Benzema, Casemiro ou Modric, são alguns dos que tiveram Vinícius como co-piloto na viagem para a Cidade Desportiva.

 

Tenho de dar graças a Deus e à família

Mas se a família é um pilar fundamental na sua vida, o outro é Deus, tal como ele mesmo reconhece. De facto, escutando as suas declarações ou lendo as suas publicações, nas redes sociais há poucos futebolistas que dêem tantas graças a Deus como ele. “ Tenho de dar graças a Deus e à minha família sempre”, afirmava numa entrevista.

Foi precisamente numa entrevista, na Marca, sob um formato de perguntas e respostas curtas onde Vinícius, então com 18 anos e recém contratado pelo Real Madrid, falava com naturalidade da sua fé. Esta é a sequência:

- Tem amuletos? Não.

- Tem alguma superstição? Não tenho.

- Tem tatuagem? Sim, duas.

- Que significado têm? Um, o sonho de jogar futebol e, o outro, significa abençoado por Deus.

- Deus é para si… Tudo

- Qual é a sua religião? Católica

- Se alguém fizesse um filme sobre a sua vida, que título gostaria de dar? “Abençoado por Deus”.

 

A Bíblia, fonte de inspiração para Vinícius

Para além do seu sorriso característico, que brilha a todo o momento, e o seu jogo, pouco mais se sabe deste futebolista a não ser o que publica nas redes sociais. E nelas Deus também está muito presente, utilizando em numerosas ocasiões citações bíblicas para exprimir o seu estado de ânimo ou o que sente nesse momento.

Deste modo, quando se lesionou no Real Madrid, tendo que estar dois meses fora do campo, Vinícius Jr escrevia na sua conta de Twitter um versículo do profeta Isaías: “Não temas, porque eu estou contigo; não te angusties, porque eu sou o teu Deus. Fortaleço-te, auxilio-te, sustento-te com a minha direita vitoriosa”.

Mas não somente se recorda de Deus nos maus momentos, como, sobretudo, nos bons. Assim, depois de passar nos exames médicos com o médico do Real Madrid, deixava escrito: “Querido Deus, obrigado por me escutares, protegeres e fazeres tudo para me veres sorrir”.

 

Outros futebolistas católicos

Apesar de não ser muito comum encontrar desportistas cristãos no futebol de elite, onde abundam mais as tatuagens, carros e festas, a realidade é que, cada vez mais futebolistas mostram a sua fé publicamente, sendo no entanto a maioria os evangélicos.

No entanto, também há católicos e alguns deles passaram também recentemente pelo Real Madrid. É o caso de Mateo Kovacic, de 26 anos, e actual jogador do Chelsea. Em muitas ocasiões falou da sua fé e, inclusive, quando a Croácia se sagrou vice-campeã do mundo, levava uma bandeira com a imagem de Santo António de Lisboa, o patrono da sua paróquia, onde precisamente conheceu aquela que é hoje a sua mulher.

“Rezo antes de todos os jogos. Dá-me força e inspiração para jogar e confiança em saber que tudo vai correr bem. Como qualquer pessoa normal, tenho as minhas feridas e debilidades, e a oração e a fé ajudam-me a superar”, afirmava o ex-jogador do Real Madrid.

O de Keylor Navas também é um caso muito característico. O guarda-redes Costa-riquenho que defendeu a baliza branca e agora defende a do Paris Saint Germain. Ajoelhado, antes de cada jogo, reza na baliza e também tem Deus na sua boca a todo o momento.

“Ajoelho-me para colocar tudo nas mãos de Nosso Senhor. Sempre lhe pedi que me desse a oportunidade de me poder ajoelhar em estádios grandes e que todos pudessem ver que nesse campo havia um homem de fé. Deus deu-me a oportunidade de o cumprir e reverenciá-lo ao longo de todos estes anos” dizia numa ocasião.

 

O testemunho de fé de Cañizares

Outro ex-futebolista do Real Madrid, apesar de já retirado e que deu um impressionante testemunho de fé, foi outro guarda-redes, Santiago Cañizares. Há dois anos viveu um dos momentos mais duros da sua vida com a morte do seu filho Santi, de apenas cinco anos. Apesar de tudo, ele e a sua mulher, agarraram-se à fé nesses momentos para enfrentar a situação. “Tu pensas que é teu filho, mas é mentira. Nasceu do teu ventre, mas é filho de Deus”, afirmava numa entrevista. E acrescentava: “acreditamos que isto não é um castigo de Deus, que as crianças que passam por isto são filhos de Deus, filhos de Deus dos mais chegados e mais próximos, e, certamente, têm um lugar reservado junto de Deus num mundo muitíssimo melhor do que aquele em que vivem”.

 

Traduzido de Religión y Libertad por Pe. Alfredo Juvandes

                  

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